segunda-feira, 7 de maio de 2012

Casa em Porto Alegre usa brises para se proteger do sol


Voltada para o poente, a fachada frontal dessa casa em Porto Alegre pega o forte sol da tarde. Mas os brises de madeira e aço protegem os ambientes internos.


Famosa pelas baixas temperaturas, a capital gaúcha castiga também os menos afeitos ao calor – no verão, os termômetros chegam a ultrapassar os 40ºC. Por isso, nessa cidade, é especialmente importante proteger os ambientes voltados para o oeste, face que recebe o quente sol vespertino. E se ela coincidir com a fachada principal? “Foi o que aconteceu nesta construção. Decidimos expor a cozinha e a lavanderia à claridade intensa da tarde, bem-vinda nesses ambientes, e colocar a área social nos fundos”, conta o arquiteto Cristiano Kunze, que assina o projeto com Nathalia Cantergiani e Andréa Soler Machado. Mas não bastava cuidar da distribuição: o trio investiu ainda em brises de aço e madeira, capazes de amenizar a passagem dos raios solares e garantir o conforto térmico dos espaços de serviço. Além de filtrar o excesso de sol, o recurso resguarda a privacidade dos moradores. “A bancada da piaestá logo atrás das aletas. Quem trabalha ali se mantém a salvo dos olhares externos”, diz Cristiano.

As 13 aletas de 2,90 x 0,60 m (Serralheria Ferro & Ferro) prendem-se no concreto das lajes, num ângulo de 30 graus. A complexidade da execução levou à escolha de modelos fixos.

Perfis de aço e tábuas de cumaru compõem a porta de entrada, vizinha da garagem. Trabalho da Serralheria Ferro & Ferro, com madeira da Irmãos Ely.
Um lance de escada leva à sala, no piso superior, dedicado às áreas social e de lazer.

O corte revela a relação entre os andares.

De ponta a ponta. A construção ocupa toda a largura do terreno, de 8,80 m. Alguns ambientes, como dois banheiros e o estar íntimo do segundo piso, encostam nas divisas e por isso não têm janelas. Nesses trechos, a luz natural vem do alto: faixas envidraçadas fazem as vezes de cobertura. Área: 480 m2. Ano do projeto: 2006. Conclusão da obra: 2007. Projeto: Cantergiani+Kunze Arquitetos (Cristiano Kunze, Nathalia Cantergiani e Andréa Soler Machado). Projeto estrutural: Pasquali e Associados Engenharia de Estruturas. Projetos elétrico e hidrossanitário: Sagrada Projetos execução: Cristiano Kunze e André Paganin.

A cozinha fica numa caixa de alvenaria pintada com tinta acrílica acetinada (Suvinil). Portas de correr de MDF branco fosco com escotilhas (DM Móveis) separam o ambiente da sala de jantar, cujo piso leva tacos de ipê-champanhe (Irmãos Ely).

Estar, pátio e edícula ficam integrados. A churrasqueira está no anexo, o que garante o preparo da iguaria típica gaúcha mesmo no frio. Já o lazer de verão se completa com a piscina, vestida com pastilhas de vidro 2 x 2 cm (Porto Design) e ladeada por deck de ipê e placas cimentícias (Bordas e Veredas).

Aliada da leveza. A laje nervurada consiste numa trama de vigas preenchida com material mais leve, como isopor, ou deixada com os vazios aparentes. Ela oferece a mesma resistência que uma laje plana de igual espessura, porém com menos peso. “Como queríamos abrir mão de pilares e havia mais de 8 m de largura para cobrir, a laje precisava ser espessa [40 cm]. Se fosse plana, pesaria muito e impactaria as fundações”, explica o arquiteto.

André Paganin (na foto, com a mulher, Ingrid, e os filhos, Vicente e Manoela) tocou a construção com o arquiteto. Ele diz como evitou dor de cabeça: contratou mão de obra conhecida. “Os operários haviam levantado um predinho que ergui alguns anos antes”, conta.

Nenhum comentário:

Postar um comentário